Amargura Carlos Gaida Gurizada me... Carlos Gaida
Amargura Carlos Gaida
Gurizada me ouçam!
queria ser patrão, não consegui nem ser peão
Norteiem suas vidas longe dos erros
timoneiem a canoa da vida pelo rio do conhecimento
enriqueçam seus espíritos
para não cair na armadilha que estou.
A janela é pequena e gradeada
A porta foi trancada pelos outros
por isso não posso te convidar para entrar
o mate é lavado pois a erva nova é rara
Meu futuro é incerto
as vezes penso que morri
é quando grito e vejo o nada em meu rosto
quando aqui cheguei era jovem
meus companheiros também,
hoje vejo no caco de espelho
do canto enegrecido pelo mofo
mechas de cabelos brancos
Quero que minha voz saia
campeando a liberdade que perdi
e ensinando atalhos para que outros
não cheguem aqui
o único amigo que me ouve, ao falar
só é escutado pela minha consciência
suas palavras calam fundo
o arrependimento é abismo
mas parece que os homens
tiraram as escadas das saídas
a velha chora e suas lágrimas
ferem meu peito como ferro em brasa
o velho não chora, mas seu silêncio
denuncia que sua alma não o acompanha mais