NEGRAS VESTES Oh voz poeta dos meus... Isabel Morais Ribeiro...
NEGRAS VESTES
Oh voz poeta dos meus versos
Palavras mortas em letras já nossas
Na troca dum piscar dos teus olhos
Oh dor que rasgas as vestes negras
Oh dor cruel, da minha pobre alma
Beijas-me enquanto brotas sangue
Noites nas lágrimas, no meu lençol
Oh mágoa perdida nas negras vestes
Oh dor que teces um fio num rio
Caminhos sombrios, rumo ao mar
Que nasce do teu talvez desengano
Dores soltas no espaço sem tempo.
Oh noite, que vestes já de negro
Os meus versos de letras mortas
Poesia no dilema feita em prosas
Na troca do sim, pelo talvez não
Onde rasgas as já negras vestes.