AMOR COMERCIAL: É fria e úmida a chuva... Nicola Vital
AMOR COMERCIAL:
É fria e úmida a chuva que cai
Madrugada adentro.
E eu a senti-la aqui sozinho
Encontro esse poema, meu alento,
Esse poema comercial... Ele versa o amor
Fala do amor? Ou de amor?
Ah! Quem falar do amor seria capaz?
Sobre a vidraça em brumas que nos separa
Eu posso exprimir seu rosto,
Meu sonho é comercial!...
Porque assim são iguais todos os textos,
Todas as cenas, e todos os temas,
De amor... São iguais.
Do amor que se expele que se explicita.
Eterno (...). Que como o ódio, e como a libido,
O homem prova para reprovar
E falar de amor é comercial.
Também é comercial,
A criatura que não é do criador.
Deveras minha poesia é comercial.