“ — Sai logo do carro — disse ele... Vazia

“ — Sai logo do carro — disse ele abruptamente.
— Tô indo, é que minha bolsa tinha ficado presa, seu estúpido.
Eu olhei para ele, tinha uma expressão séria, fechada, não era uma coisa normal dele, tinha algo o incomodando, mas decidi não perguntar nada, ele nunca fala de qualquer modo .
— Que é? — ele disse assim que reparou que eu estava o encarando.
— Nada, vamos logo — tentei disfarçar.
Senti que minhas mãos estavam congelando, então entrelacei-as nas dele , na tentativa de tentar aquece-las. Ele parou no meio do caminho para o elevador e me encarou por um segundos com aquela típica cara dele de “O que você está fazendo?”
— Que foi? — eu perguntei preocupada — tem alguma coisa na minha cara?
— Não, tá feia como sempre — ele riu — bricadeira, é que as pessoas ficam encarando, aposto que elas acham que estamos namorando — ele disse apontando com os olhos para um grupo que estava parado na porta do elevador.
— E quem é que liga? — apertei a mão dele mais forte e dei um sorriso, ele voltou com o humor, pelo menos.
Pegamos o elevador para a praça de alimentação no ultimo andar. Procuramos uma mesa vazia e logo que achamos, sentamos.
— Que garota linda — ele deixou escapar enquanto olhava para uma garota com cabelos loiros, quase brancos e com uma bunda enorme, na fila do Subway , mas logo olhou pra mim com uma cara de
“ops”
— Não achei nada demais — eu disse tentando disfarçar qualquer sinal de ciúmes , não que houvesse algum — acho aquela ali muito mais seu tipo, mas sem aquela bunda exageradamente grande — eu disse apontando para uma garota morena na fila de um restaurante.
Ele ficou me encarando por tanto tempo que eu comecei a corar, mas logo ele percebeu o que estava fazendo e sorriu.
— Você não existe viu, Lice? — ele me olhou de um jeito estranho
— Nem começa em, não vai pensar que eu sou lésbica ou algo assim, só sei o tipo de mulher que você gosta. — disse meio nervosa, nem sei o porquê
— É né? Você me conhece bem — ele deu aquele sorriso maravilhoso dele.
— Claro, você é meu melhor amigo, desde sempre — fiquei encarando aqueles olhos azuis enquanto falava, juro que vi uma ponta de decepção passando pelo seus olhos enquanto eu falava.
— É né, sempre o melhor amigo — ele disse olhando nos meus olhos.
Senti ele pegando minhas mãos e chegando mais perto.
— Ok, tempo para melação acabou — eu disse empurrando ele de volta para o lugar — Você sabe que eu te amo, até mais do que um melhor amigo, mas eu não consigo aguentar muito mimimi e…
Foi ai que tudo mudou, juro que não vi isso chegando, não vi nem ele preenchendo o espaço vazio que antes havia entre nós. Não tive uma reação imediata, demorei até alguns segundos para enteder o que estava acontecendo, foi quando eu percebi que essa pequena atitude dele, trouxe á tona tudo que eu tentava esconder a um tempo, que nem eu mesma sabia que tinha dentro de mim , tudo passou por uma fração de minutos, assim que ele encostou seus lábios nos meus.”