Marcas são como pedras duras, que toda... Mayara Laet
Marcas são como pedras duras, que toda vez que atingem nossos corpos nos desestabilizam e nos exigem a criação de um novo corpo - de nomadismos, de trifurcações, de desvios, mas, ao mesmo tempo, de estados inéditos de pensar, de sentir, de agir, de existir. Marcas são processos que inscrevem nossas histórias. Vez ou outra, somos tomados por uma espécie de "desassossego", a serviço das marcas que nos convocam, determinando muitas de nossas escolhas inextricáveis. O melhor a se fazer, é exercer um tipo de exorcismo contra aquilo que Suely Rolnik chama de "marcas-feridas" - experiências que produzem uma espécie de enfraquecimento da nossa potência -, tanto para
transformar o vivido em experiência, quanto para encontrar um novo equilíbrio, recuperar nossa potência. Afinal, somos meramente um acontecimento na iminência de entrar no movimento das marcas, nas linhas abstratas de causalidade.