31- Felicidade (No ano de 2008 escrevi... Sid Trombini
31- Felicidade
(No ano de 2008 escrevi alguns textos sob o nome de Esqueçam o Autor)
Já ouvimos falar que “a felicidade não é deste mundo”, afirmo que não, a felicidade plena e absoluta realmente não é deste mundo, mas a felicidade relativa, parcial é sim! Alguém duvida que Irmã Dulce não tenha tido vários momentos de felicidade? Que Mahatma Gandhi não tivesse vivido inúmeros momentos de felicidade durante e após libertar a Índia do jugo Inglês? Que eu não sou feliz (sem qualquer intenção de inserir-me neste rol de personalidades) passando três, quatro horas escrevendo estes textos para depois dividi-los com quantas pessoas quiserem lê-los? Caros leitores estamos neste mundo para sermos felizes, e sendo felizes, aprendermos a decifrar o código de Deus com mais facilidade. O que normalmente ocorre é que aceitamos de boamente a felicidade, mas esquecemos o porquê dela nos ser oferecida (comemos o bolo mas não queremos lavar os pratos). Acabemos com o mito que para vencer neste mundo devemos sofrer! Não, “podemos” sofrer, mas esta não é condição imposta por Deus para que vençamos nossas imperfeições. Aquele que nos deu a vida sabe de nossas limitações, e tudo o que espera de nós é que nos esforcemos ao máximo para decifrar Seu código e praticá-lo para com Seus outros filhos, irmãos nossos de caminhada. Lembremo-nos que “muito será cobrado a quem muito foi dado”, portanto quanto MAIORES NOSSAS FACILIDADES nesta vida, MAIORES NOSSAS RESPONSABILIDADES. Partindo deste princípio, o que precisamos é mudar o foco daquilo que nos pode dar felicidade, inúmeras pessoas procuram felicidade num carro zero, mas esquecem que ao sair da agência deixa ele de ser zero, outras procuram felicidade num celular de última geração, mas ao ligarem o equipamento não encontram sequer um ombro amigo para seus momentos mais difíceis. Lemos em algum lugar alguém dizendo (que me desculpe o autor) que “Feliz não é aquele que tem tudo, mas aquele que é feliz com o que tem!”. Procuremos a nossa felicidade na felicidade daqueles que nos cercam, aprendamos a servir para sermos servidos, parece um contra senso, mas esta foi a lição deixada por Jesus e excluindo o período entre a prisão e o gólgota, acredito que tenha tido vários momentos de felicidade, principalmente quando conseguia tocar os corações daqueles que Nele passavam a acreditar, após terem sido servidos por Aquele a quem passariam a seguir e servir. Podemos e devemos basear nossa felicidade momentânea nas coisas do mundo material, aqui vivemos e devemos usufruir cada momento e cada forma física deste mundo, não há mal em desfrutar as boas coisas da matéria, o problema é gostarmos tanto e não querermos largá-las, pois que na hora que deixarmos este mundo nada disso irá conosco; se estivermos muito ligados a estas coisas materiais e já sabemos que estas não irão conosco, acredito que devam fazer uma falta... Neste caso, tenho a impressão que a felicidade não será deste nem do outro mundo!
Caros leitores criei uma frase que me serve de referência para viver em equilíbrio, sem falsas expectativas: “Acostume-se com pouco, pois que a vida sempre nos dá pouco, e desta forma qualquer coisa que vier a mais será motivo de felicidade; por outro lado se nos acostumarmos com muito e a vida sempre nos dá pouco, qualquer coisa que recebermos será por certo motivo de frustração e tristeza!”. É uma regra básica para esperarmos pouco, tanto da vida quanto das demais pessoas e aprendermos a ser felizes com o que temos, esta regra nunca nos deverá levar ao conformismo, devemos sempre almejar o melhor, o crescimento, mas sabendo que as limitações físicas nos impedirão de executar tudo que nos vem no campo das ideias. Em minhas andanças pela vida (já andei um pouquinho), vi pessoas muito pobres, mas muito felizes (quem ainda não as viu? Se não viu, preciso que andem mais e que tenham olhos de ver, pois que é fantástico depararmo-nos com pessoas que ainda não foram contaminadas pelo consumismo), em contrapartida vemos a todo o momento pessoas ricas e imensamente infelizes. Frase minha: “O consumismo impõe-nos todos os dias dezenas de falsas necessidades que só nos trazem sofrimentos!”, não que eu seja contra o dinheiro, muito pelo contrário, sempre faço uma “fezinha” na megasena, mas não sou um jogador compulsivo, também não conto que tenha que ganhar, mas se ganhar, e acredito que este dinheiro não seja meu, terá sido dado como empréstimo, usarei um pouco para acomodar melhor a “velha carcaça” e a quase totalidade para criar algo que promova o progresso daqueles que queiram progredir. Vêem como eu vejo? Se o universo foi criado por Deus, se a vida nos foi dada por Deus, se tudo que aqui está pertence a Deus, então o dinheiro da megasena, para mim, também pertence a Deus, e eu teria que dar a destinação que Ele espera. O dinheiro, portanto seria MAIS UMA GRANDE RESPONSABILIDADE que teria que arcar. Entendo isto como decifrar o código divino. Baseado nesta filosofia de vida, a cada dia sinto-me mais feliz em poder ser útil Àquele que nos deu a vida e tudo o que possuímos. Procuro retribuir na medida exata de minha capacidade, sem faltar com meus compromissos em minha vida social, da qual dependo do apoio social e psicológico para desempenhar bem minha retribuição para com o Criador.
Agora, a felicidade total, plena, absoluta, realmente não é deste mundo, baseia-se esta num estado de consciência, do dever cumprido, ter acatado as regras da vida, ter feito todo ou quase todo o bem que pudesse ter feito, ter evitado de fazer o mal; sabem a oração de São Francisco? Aquela é a regra para termos a consciência tranquila e a felicidade total quando aportarmos lá do outro lado. Segundo os livros sagrados, quando lá chegarmos ninguém nos perguntará quanto possuímos em bens ou qual foi nossa posição social aqui neste mundo, mas perguntarão quanto bem fizemos para aqueles que cruzaram nossos caminhos. Ainda mais, Jesus nos disse que quando demos de comer, quando abrigamos, quando tratamos/curamos a um dos pequeninos, foi a Ele que alimentamos, abrigamos e tratamos, daí mãos à obra, não percamos a oportunidade. As oportunidades estão aí, quem sabe não experimentemos em uma dessas ocasiões a tão comentada felicidade relativa ou parcial?
É CRER PARA VER, do que está aqui escrito até sentir felicidade em fazer o bem, é preciso acreditar que é possível, afinal Santos Dumont só conseguiu fazer o mais pesado que o ar voar porque ele acreditou que conseguiria, nós só olhamos num microscópio porque acreditamos que lá poderemos ver algo minúsculo, invisível a olho nu. Entenderam? Já pararam para imaginar que nossas mentes estão repletas de falsas necessidades? Que a tela deste computador ou o papel que você está lendo este texto estão repletos de bactérias? Pois é, é preciso acreditar e se munir de instrumentos e atitudes para efetivamente ver e sentir. A vida é bela, acredite! Acredite também que o prazer de fazer o bem, de ter sido útil é algo indescritível, costuma ser uma experiência impar, mais intensa e marcante que a maioria das sensações experimentadas através das fontes de prazer tradicionais!
Mas, se tudo que estou falando for mentira, uma ilusão criada para manipular as massas, teremos pelo menos recebido sorrisos e agradecimentos daqueles que tenhamos ajudado e a grande maioria terá experimentado o que chamo de momentos de felicidade!
22 Julho 2008