Sou totalmente o contrário de forte. Eu... Bárbara Flores
Sou totalmente o contrário de forte. Eu tento ser, todos os dias. Me esforço bastante, mas essas questões do coração não são meu forte. Algumas vezes penso que nasci com alguma anomalia emocional, mas outras vezes penso que só nasci para amar demais, para sentir demais. Sentir sentimentos verdadeiros, intensos, reais. E de alguma forma ainda acredito no amor, no romantismo e ainda valorizo meus princípios, mesmo depois de ter quebrado a cara e de ter partido o coração um milhão de vezes. Afinal, quantas vezes um coração aguenta ser partido? Cada vez que se parte nos sentimos perdidos, desorientados. Sentimos que somos incapazes de esquecer tudo o que aconteceu e tudo o que já passou, e sentimos que não conseguiremos superar, que não suportar a dor e que mais do que nunca a felicidade está distante. E é assim por um tempo, ás vezes por um longo tempo. Não existe vontade de nada, queremos apenas ficar quietos, sozinhos com a nossa tristeza, resgatando os pedaços do coração. Não vou afirmar que a recuperação é 100%, pois sabemos não é. Mesmo juntando todos os pedacinhos, remendando e colando, o coração já não é mais o mesmo. Já não sente como antes, já não bate como antes e já não vê o mundo como antes. Algo que marca a nossa vida de uma forma tão forte e profunda simplesmente não desaparece dela assim. Sempre haverá uma lembrança, um sorriso, uma música, uma conversa, um perfume, a única diferença é que com o tempo irá parar de doer. Com o tempo se torna suportável. Com o tempo você ainda vai sentir saudade, mas a falta vai ser menor. A dor não irá mais incomodar tanto assim. A sua felicidade não dependerá mais exclusivamente do que ou quem partiu seu coração, na verdade nunca dependeu. Você era feliz antes, a diferença é que apareceu em sua vida e você se acostumou a ser feliz com ele na sua vida e se esqueceu como é ser feliz sem ele na sua vida. Aos poucos vamos saindo da “bolha de proteção” que nós mesmos criamos para nos proteger do mundo lá fora e percebemos que se tudo tivesse continuado do jeito que tava, talvez a ferida seria ainda maior. E seguimos vivendo a vida. Um dia de cada vez. Sem pressa, sem ansiedade, sem querer fazer as coisas antes da hora certa e sem tentar ser o que não somos. Com o tempo recuperamos a rotina, a nossa vida, o nosso coração e o mais importante: a nós mesmos.