Não adianta, pode me torturar e fazer... Ângela Beatriz Sabbag
Não adianta, pode me torturar e fazer qualquer tipo de barbárie que eu não confesso o que você tão intrometidamente quer saber.
Imagina, as pessoa só gostam do que reluz, do luxo, da opulência e da alegria desmedida. Por acaso você supõe que eu seja tão pueril ao ponto de expor minhas fraturas expostas? Vou escondê-las do jeito que for necessário, mas meu braço eu não deixo você torcer pois de dores já estou cheia. É a alma, é o corpo e o coração, que apesar de fazer parte do corpo dá a impressão de ser um cantão autônomo. Basta! Tenho acordado todos os dias com vontade de não acordar, ando cortejando um tal sono eterno, e ao mesmo tempo que fico nesse namoro me recrimino pois sei o quão errada estou. Mas sinto que para mim já deu, não há mais nada que me instigue a prosseguir. Minto. Há duas únicas razões para o meu existir e dessas duas únicas razões não ouso nem pronunciar os nomes, pois isso seria a mais aviltante profanação. Deles me ocuparei até depois que a morte me levar...