Não sou do tempo das paqueras em... Ângela Beatriz Sabbag
Não sou do tempo das paqueras em coretos e nem dos "footings", mas por intermédio de leituras e relatos de pessoas mais antigas sinto nostalgia por algo que não vivi.
Ganhamos muito em tecnologia, avançamos em todas as matérias exatas. Pena é não poder dizer que andamos nem um centímetro sequer nas questões humanas, principalmente no que tange as relações humanas. Estamos pagando um preço caro. Pessoas solitárias, carentes e que têm todas as condições de encontrarem a quem amar e por quem sejam amados estão cada vez mais assustadas, e calam-se preferindo perder a chance de encontrar a pessoa que caminhe ao lado, tendo afinidades e peles que se atraem pelo simples pavor de receberem um não. E assim, ao invés do olho no olho, da conversa que denuncia afinidades, dos coretos e "footings" engrossam cada dia mais as estatísticas de aplicativos que permitam a paquera. Será que ser moderno é algo de que devemos nos vangloriar?