Já fui ótima nessa arte, arte essa que... Ângela Beatriz Sabbag
Já fui ótima nessa arte, arte essa que não posso revelar. Acho-me muitíssimo melhor nessa fase outonal da existência, diria mesmo que quase perfeita. Para a barriga negativa que perdi e o bumbum que ainda é grande mas não é tão durinho quanto outrora, ganhei em ser. Sou uma mulher que eu amaria ter como minha se eu fosse homem ou se gostasse de outra mulher. Sou uma mulher segura, ciúmes zero, companheira para todos os momentos, gosto muito de apreciar comidas e bebidas e já acordo com um bom humor raríssimo de se encontrar em cada esquina. O meu grande problema é que tenho que admirar o homem que se apresenta, sentir orgulho simplesmente por estar ao seu lado e ele tem que ter humor fino, ser protetor e nada, nadinha egoísta. Assim venho fazendo carreira solo há muito mais tempo do que quando formei com alguém uma dupla. Confesso que na maior parte do tempo, contabilizando as venturas e desventuras que isso me traz, contabilizo superávit nessa balança, Mas como nada é perfeito durante todo o tempo, quando a mulherzinha que habita em mim toma conta da cena isso se torna muito chato. Putz, ninguém é perfeito.