Caríssimas Lulus, não sei explicar a... Ângela Beatriz Sabbag
Caríssimas Lulus, não sei explicar a razão mas posso garantir que é fato a realidade que se descortina cristalina à nossa frente, às vezes até nos tornamos cegas por pura conveniência, para não dilacerar os nossos corações já tão machucados. Lulus e Bolinhas podem até terem conseguido equiparação em direitos e deveres, mas a causa lutada por nossas bravas antecessoras não conseguiram nada mais que isso. Ouso até dizer que fomos prejudicadas por essa luta insana. Morfologicamente, estruturalmente,e desde os gametas somos diferentes. Mulheres são audição e homens são visão. O homem nos vê como caças e troféus para suas aventuras e nós o vemos na maior parte das vezes como o príncipe encantado com o qual sonhamos uma vida inteira. Seja esse inteiro quinze, trinta ou quantos anos forem. Somos por natureza românticas e sonhadoras, e não conseguimos dizer um eu te amo se realmente não existir amor. Quando amamos damos todas as desculpas para o fato do alvo do nosso sentimento ser lacônico, ausente, faltoso e descuidado. Acho que passou da hora de nós Lulus acordarmos, pois se o alvo dos nossos ais e sonhos mesmo quando estamos acordadas não corresponde a frequência com a qual nele pensamos, as desculpas que vivemos arrumando para que ele não nos procure, para o silêncio que fica presente e pela total falta de interesse dele em saber de notícias nossas, pode ficar segura de que isso é um resultado matemático traduzido em palavras: esse homem não nos ama. Quem ama teme demorar e encontrar o lugar ao nosso lado ocupado por outro. Simples e doído assim...