Depois de tanto refletir, uma dúvida me... Eduardo Paixão

Depois de tanto refletir, uma dúvida me veio à mente: Quem roubou meus dez anos?
Ah, meus dez anos! Sim, aquele tempo que fazíamos tudo com receio. Aliás, às vezes nem fazíamos.
Ah, meu dez anos! Aquele tempo que eu não tinha a mínima experiência, aquele tempo que para tudo tinha resposta, aquele tempo que nada era complexo. Dúvidas? Claro que existiam, mas se não sabíamos a resposta, relevávamos. Hoje sabemos como reagir no meio de um temporal. Mesmo fazendo da maneira certa, erramos. E sabemos disso.
Ah, meus dez anos! Quem ousaria roubar-me? Certa vez me responderam que quem ama roubar o tempo, é o próprio tempo. Queixo-me dele: “Ó tempo, para que roubaste meus dez anos!? Meus dez anos eram de inexperiência, mas de felicidade...”
Hoje, paro e penso: És tu, tempo... És tu que me dás experiência. Ensinastes-me a ficar calado mesmo certo. Ensinastes-me a errar com experiência. Ensinastes-me o que só o tempo pode ensinar. Tempo, será que reclamo ou te ovaciono por roubar meus dez anos?