Logo pela manhã passei a analisar as... Carla Lopes Cah

Logo pela manhã passei a analisar as pessoas... E ainda quero chegar em seus rostos.
Passos vagarosos em uma subida.
Quem são?
Vejo apenas as passadas ficando cada vez mais diferenciadas
Passadas com pressa, jogo de corpo, passadas e mais passadas.
Passos, pessoas que ao meu ver estavam desorientadas, apenas por seus passos descompassados e atropelados .
Sabe, fechei os olhos e imaginei por alguns instantes o comprimento das formigas.
Pensei... As pessoas em suas passadas desorientadas, são iguais as formigas. Sim! Elas, as passadas, são de alguma forma um estado de comunicação.
Deve ocorrer a troca de químicas, igual as das formigas.
De repente um esbarrão, e pronto. Desencadeamos uma guerra intima ou face a face, resmungando, falando palavrões e doutrinado a outra passada.
O vagão lotado, a mulher com o fone, a freira e seu caderno, o pai e a filha, quantas passadas.
A mulher do fone estava olhando sua imagem na porta de vidro do trem e proferindo estas:
- Experiência de existência... Ninguém me ensinou, nem minha mãe me ensinou; eu aprendi sozinha.
A freira e seu caderno:
Ela estava praticamente a bailar com o seu caderno em mãos.
O pai e a filha:
O pai segurando a mão de sua filha e ela totalmente alheia as palavras proferidas pelo pai, que insistia a resmungar.

Eu!?
Eu estava apenas a observar.