Menina xereta era ela... Metia o nariz... Mell Glitter

Menina xereta era ela... Metia o nariz onde não era chamada, falava pelos cotovelos e inventava coisas que não existiram. Tinha uma imaginação maior do que a língua, que aliás, era afiada e comprida!
Tinha umas manias esquisitas, dessas que vemos pouco na vida, como andar na rua sem pisar nas linhas divisórias das calçadas: meu Deus, que menina desmiolada!
Mas ela tinha um segredinho, que ninguém sabia e que nunca contou.
Um desses segredos que a gente acaba sabendo por que um dia bateu um vento e o levou até onde a gente estava de boa na vida ouvindo um rock'roll.
Ela não era xereta: era só uma menina sozinha que tentava ser vista, esquecida pelo mundo, pelas pessoas, pela fama de intrometida, enxerida, esquisita.
Uma menina como todas as outras, dessas que a gente nem presta muita atenção, mas que tem um grande coração.
Uma menina perdida no mundo à procura de um abraço, um olhar mais carinhoso, um beijo no pescoço.
E como ela nunca contou seu segredo, ela continua solta por ai, se sentindo estranha no meio de tanta gente normal, que nem sabem, o quanto ela é legal!
Mas paciência - pensa ela enquanto se debruça na janela!
Um dia alguém há de olhar pra ela e vê-la como é exatamente: uma menina somente, que tem língua comprida, imaginação fértil e muitas coisas para contar, inclusive o final desta história que eu não sei ainda como vai acabar, pois vai depender de como as pessoas que a rodeiam acharem que são elas ou a menina que deve mudar!