Eu gris de espírito Minha alma cinzenta... João SIlva
Eu gris de espírito
Minha alma cinzenta vaga só pela noite
Anda livre de cores e presa a dores
Busca em vão o escarlate da paixão
E o tom da esperança em cada não
Minha alma cinzenta vira pó pela tarde
Plana solta pelo ar que falta nos pulmões
Castiga a si mesma com seus sermões
Vendo invernos tomarem o lugar dos verões
Minha alma cinzenta dá nó pelo dia
Amarrada com força a falsas alegrias
Sonha horas desperta, olhos sempre alerta
Que encontrará um coração de porta aberta.