Se um legislador quiser, por exemplo,... Gustave Le Bon
Se um legislador quiser, por exemplo, lançar um novo imposto, deverá optar pelo que é teoricamente mais justo? De maneira nenhuma. O mais injusto pode ser, na prática, o melhor para as multidões se for o menos perceptível e, aparentemente, o menos pesado. É por isso que um imposto indireto, mesmo quando é exorbitante, é sempre facilmente aceite pela multidão. Como é pago, em pequenas frações, nos objetos de consumo diário, não chega a perturbar os hábitos nem causa impressão. Mas se o substituirmos por um imposto proporcional sobre os salários, ou outros rendimentos, para ser pago de uma só vez, levanta-se imediatamente um coro de protestos, ainda que o novo imposto seja dez vezes menos pesado do que o outro.