Não acredito na eternidade, mas... Anabela Pacheco
Não acredito na eternidade, mas acredito na plenitude. Só quando somos e estamos em pleno em tudo quanto fazemos é que podemos dizer que lutámos pelo que queremos e nos dá prazer. Caso contrário é um deixar andar. Um sucumbir à passagem das horas, que se transformam em dias e semanas sem cor. Instala-se a rotina. Repetem-se frases sem significado na ânsia de preencher vazios que galgam a todo o instante. Não são as palavras que nos unem. São os gestos, as acções. As omissões são o pior, porque destroem, tanto ou mais do que as mentiras. Saber encontrar um equilíbrio não é fácil. É preciso sentir! Não vale a pena fingir que se quer. Não vale a pena tentar querer que as coisas resultem. É preciso fazer com que elas resultem! Se não te dás, não te entregas, nunca irá resultar! Haverão sempre espaços vazios, porque neles não habitam sentimentos.Os sentimentos (verdadeiros) ultrapassam muitas barreiras. A falta deles, esbarra no primeiro obstáculo, na primeira discussão, no primeiro afastamento. De um momento para o outro passas de bestial a besta e nem te apercebes porquê (?!).
Anabela Pacheco