Só quem sabe, só quem sentiu, sabe... Sabrina Niehues

Só quem sabe, só quem sentiu, sabe como é o desespero. Nesse caso, nem a mais incrível imaginação consegue imaginar o desespero. Se não foi sentido, jamais será compreendido. Você que está lendo isso, se é que alguém algum dia vai ler, você já sentiu o desespero bater à porta? Já pensou que estivesse ficando louco? Eu já. Eu tentei melhorar, mas ninguém colabora. Nem mesmo eu colaboro. É difícil para uma depressiva como eu sair da depressão. É mais difícil ainda a pessoa querer. E eu já não quero mais. Eu não quero mais ser feliz. Eu amo alguém que jamais me amará. Falo isso porque sei que é assim que é. E eu não posso passar minha vida ao lado de outra pessoa, pois eu estaria mentindo para mim mesma e para a outra pessoa também. Eu não estaria sendo justa. Não posso fazer com que uma pessoa perca seu tempo ao meu lado. Nem quero. Eu sei que viverei minha vida solitariamente. Talvez eu tenha como companhia uma carteira de cigarros, um litro de vodca, uns papéis e uma caneta. Já vai ser o suficiente. E então, quando eu olho para a frente, eu já sei o que me espera. E eu não acho que valha a pena. A única coisa que me leva pra frente é o fato de poder olhar para ele todas as semanas e a minha pequena vontade de me tornar professora de filosofia e tentar, dessa pequena forma, mudar alguma coisa neste mundo. Mas eu não sei se vale a pena ficar aqui apenas para tentar melhorar o mundo.