Encontro de almas Do chão que de... J.W.Papa
Encontro de almas
Do chão que de repente se abre
bem embaixo de ti.
Na frequência do silêncio estridente
que invade tua alma.
Da guerra travada consigo mesmo
todos os dias
desde a manhã
até o anoitecer.
Guerra donde és cativo desde sempre:
- Alistado – uniformizado – com fuzil em punho
e a espera do inimigo
abrigado no front de teu peito.
Rindo o teu riso
bebendo o teu vinho
e brindando
a tua alma.
Da chama que cresce dentro de ti
e alimenta-se da sua tristeza
feito um cão faminto e mendicante
as três horas da manhã.
Círculo vicioso
de vida
de morte
de sorte - (todo tipo).
No vazio encontro de almas distantes
perdidas no encanto dos trinta
colhendo o vento plantado na vida-
-em outras vidas.
Nascido tardiamente
Útero –
fórceps –
dor.
Obrigado a viver só
no vazio instante que lhe restou.
Feito uma ilha
plantada em alto mar.
Bem debaixo do céu azul
e de nuvens cinza
escondidas por detrás dos olhos
e bem debaixo do nariz.
No vazio que lhe restou
a cura para a dor que sentes desde sempre.
Desde a saída do útero
até o brilho do último raio de sol de hoje.