E será que essa história de destino é... Stella Giorgianna
E será que essa história de destino é realmente verdade?
Cartomante, horóscopo, conselhos, Deus, destino, bússolas.
E se eu estivesse levantado com o pé direito ao invés do esquerdo?
E se eu tivesse pego o caminho de terra ao invés do asfaltado?
E se eu tivesse ajoelhado e pedido por mais sorte?
Será que sorte se vende?
Mas com que dinheiro se compra sorte? Qual o valor da sorte?
Dólar, Real, Euro, Amor, Azar? Qual é o valor da sua sorte?
A sorte existe?
E com que posso compra-la? Ando tão sem sorte.
E tão sem dólar. E tão sem Real. E tão sem Euro. E tão sem Amor.
Mas por incrível também ando sem azar.
Mas não pense que porque não tenho azar, tenho sorte.
Porque não ter algo não significa necessariamente que se tem o contrario.
Ando sem sorte, e sem azar.
Ando sem nada. Ando uma nada.
Quer que eu fale? Que eu realmente fale o que penso?
Pois bem, descobri recentemente que nessa vida minha sou menos que um nada.
Não deixei minha marca no mundo.
Sou uma final de campeonato empatada, sem direito a pênaltis ou prorrogação.
Quero um pouco de sorte. Um beijo do destino, com um sorriso amável de despedida. E quem sabe um leve sussurro de "Vai dar tudo certo, guria".
Sou um oito deitado de tanto cansaço que se tornou um vazio infinito.
Sou aquela piada que ninguém entendeu, e que ficou no ar para todo o sempre.
Sou a moeda de duzentos anos que nada mais vale.
Sou o passo sem chão.
Sou uma bússola quebrada.
Um relógio parado.
Sou um nada. Uma nada.
E pare de dizer o contrário, não suporto as mentiras ditas por consolo.
Não suporto você, com sua sorte, vindo me falar que sou mal agradecida e dramática.
Sou mal agradecida? Não sei, talvez.
Dramática? Óbvio. Claro. Com toda certeza.
E sim, está tudo bem. Ou não. Aliás, agora tanto faz.
Quero um pouco de sorte.
Mas sou um nada. Me coloquei na lista de nadas. Me auto classifiquei como um nada.
E um nada, nada sente.
Um nada não tem sorte. Um nada não tem nada, nem o azar.
Adeus.