A dor de um mestiço Encontrei hoje A... Adelium Castelo
A dor de um mestiço
Encontrei hoje
A alegria e a tristeza de ser o que nunca serei.
Meu Deus!
De novo a culpa recaiu sobre mim.
Juro que não fui eu quem mexeu
Na mudança desse autocarro a que chamam vida.
Quem dera ser negro ou branco.
Quem dera ser um pão colorido?
Teria ao menos o apreço da maioria
A quem Samora diz que nunca murcha.
Caído e recaído em cantos e recantos desta sociedade abominável.
Os teus olhos
Só desvendam em mim, culpas desconhecidas e inexistentes!
Serei eu culpado pela prostituição dos teus olhos?
Bastará o teu carinho passageiro para amainar a raiva deste miserável mestiço?