Batem em minha face por me faltar beleza... Otávio L. Azevedo
Batem em minha face por me faltar beleza
Desprezam minhas palavras só porque não tenho conhecimento
Esquecem os meus feitos simplesmente por não ter grandeza
E ainda me julgam por não ter sentimentos
Quem é forte suficiente para maltratar o fraco?
Ás vezes a força não é o mais importante
Quem é o inteiro que pode zombar dos pedaços?
Nunca se sabe o que virá adiante
Imperfeitos pisando em imperfeitos
Brigas inconstantes para saber “quem é”
A criatura que tem menos defeitos
Quem é burguês, e quem é ralé
Acertos e erros totalmente distintos
Mas por fim somos todos iguais
Ser grande ou pequeno não altera o destino
Somos pó e nada mais.