Cotidiano - Não era amor! Quando fecho... Liza Alvernaz e Matheus...
Cotidiano
- Não era amor!
Quando fecho os olhos, quase posso ouvir a porta se batendo outra vez. Você partindo sem olhar pra trás, me deixando em pedaços impossíveis de se reparar!
- Não era amor!
Eu só queria acreditar que, dessa vez, a vida havia me dado você de presente!
Já foram tantas tentativas frustradas... Por que não!?
Doce ilusão... Logo me vi saindo por aquela -maldita- porta, sem ao menos olhar pra trás.
Mas você sabe... Eu sei que sabe! A porta pela qual saí, foi aberta por você...
- Você não levou apenas meu coração. Levou meus sorrisos, meus sonhos e projetos.
Vai culpar-me por tê-lo feito ir, mas esquece das tantas verdades que escancarei ao longo dos dias. Tentando fazê-lo enxergar que tudo estava esvaindo, escorrendo pelos dedos, enquanto me fazia acreditar que não se passava de um mau momento!
- Você se esquece de que não se trata apenas de você, sobre como se sente...
Acredite, nesse momento, não há motivos para sorrir!
E se acontecer, tenha certeza que me peguei pensando em algum momento vivido por nós - isso sempre acontece.
Eu só queria tornar as coisas mais simples.
Confesso: você tentou abrir os meus olhos sobre nós, mas não se moveu para, junto comigo, reverter essa situação.
Eu sempre amei seu jeito de falar, de lidar, você sabe. Mas amava mais ainda quando uma frase vinha acompanhada de uma intensa vontade de mudar as coisas- ou tentar. Eu não te culpo, apenas. Eu te culpo também!
- Ainda lembro a primeira vez que nos vimos... Você irresistivelmente lindo! Espalhando carisma naquela mesa de bar!
Sua camisa vermelha, a maneira como passava a mão no cabelo vez ou outra... Cada detalhe me hipnotizou. Não demorou muito para eu dar-lhe meu telefone... E foi ali meu erro! Tudo isso poderia ser evitado...
- Eu estava ali, naquele bar, por acaso. Pelo mesmo acaso que te trouxe pra mim. Seu olhar sereno invadiu minha alma de tal forma que eu não consigo explicar. Seu jeito de menina, e aquela sensualidade escondida por trás daquele jeito tímido: o bastante para pedir seu número. Mais uma semana e eu já o tinha decorado em minha memória. Sinceramente, não consigo ver como um erro. E, ouvir você dizer isso, me faz crer que, minha melhor escolha foi ter saído por aquela porta naquela tarde de sábado.
- Acabou! Não há mais o que discutir...
Sinto um gosto salgado em minha boca agora... É bom que tenha ido. Eu não ia querer que me visse assim!
Você desistiu de nós!
Acabaram-se as brigas, as discussões, as noites em claro de tanto pensar...
E também os abraços, beijos e reconciliações.
Em seus braços, sentia que nada poderia me afetar. E pensar que não tenho mais isso, me faz chorar!
- Você é muito tola, menina! Tola demais pra perceber o que se encontra em frente aos seus olhos.
Você foi a melhor coisa que me aconteceu até hoje, acredite!
Mas cega o suficiente pra perceber que, apesar de ter saído por aquela porta, eu não a fechei. E se eu não a fechei, é porque, de algum modo, eu nunca quis sair. Nunca quis sair por aquela porta, nem tão pouco do seu lado, quiçá do seu coração...
Chora. Pode chorar! Contanto que me deixe enxugar suas lágrimas...
- Volta! A porta está aberta desde que você se foi... Entra, tranca, e joga a chave fora!
- Não ERA amor. É amor... E sempre vai ser!