Amar não é fácil, tampouco é fácil deixar-se amar. O amar...
Amar não é fácil, tampouco é fácil deixar-se amar. O amar implica em conhecimento profundo - conhecimento não só intuitivo, mas sentido, pensado, apreendido. É um longo caminho... Apaixonar-se, encantar-se, iludir-se, deixar-se enganar por belezas e ganhos momentâneos... É deliciosamente e perigosamente fácil; não que seja ruim, não é - mas é fácil demais. Amar de verdade, não. Para se amar de verdade, é preciso enxergar além do que está exposto. É preciso conviver inteiramente, é preciso aguentar a decepção e o fracasso, uma vez que somos tão falhos e bobos. Amar é especialmente e constantemente provado nos sabores e dissabores... Não me envergonho em dizer que só sendo amada, posso experimentar um pouco do que acredito ser a felicidade em sua face mais pura. Sofro de carência crônica de sentimentos pulsantes e fortes - de preferência, mais fortes que eu e meus medos, que eu e minhas travas, que eu e minhas dificuldades, que eu e meu passado. Sinto-me estimulada com o desafio de conhecer e me deixar conhecer, e ainda assim, amar. Me esmero em amar de tudo que faço, de todos com quem quero conviver. Preciso que a pessoa que me ame, goste de mim nos dias quentes, quando o sol deixa tudo claro e iluminado. Ame quando eu estiver sorrindo, quando contar uma piada, quando estiver alegre e disposta, quando estiver animada e brilhante. Ame quando eu tiver boas idéias e fizer carícias delicadas, goste quando eu for sedutora e provocante, goste quando os planos acontecerem do jeito que foram pensados e sonhados. Ame quando eu vier cheia de presentes e motivos. Repare em mim quando eu cortar o cabelo, me perfumar e vestir uma roupa nova. Quando eu for vitoriosa, quando eu conseguir fazer tudo certo, quando minha família lhe parecer agradável, quando minhas coisas forem bonitas e arrumadas, quando eu for esperta e espirituosa... e quando tudo for bom, certo e perfeito... Mas q me ame também nos dias de resfriado, de dor de cabeça, de indisposição. Me ame quando eu estiver triste e calada, quando eu me sentir perdida, quando eu não quiser conversar. Me abrace quando eu parecer carente, me desmonte quando eu estiver agressiva, crítica ou ácida demais, me receba quando eu não parecer receptiva, me procure se eu me esconder. Olhe com desejo mesmo quando eu estiver feia, quando eu não combinar as roupas ou errar na cor do batom. Ache graça nos meus erros, me corrija com amor, se eu precisar. Respeite meus pontos de vista, mesmo quando eles não forem de encontro aos seus. Tenha orgulho de mim, e repare no que eu faço. Se interesse pela minha vida, meu dia, meus problemas, e goste de mim em tudo isso. Tente gostar dos meus amigos também. Seja firme quando eu for topetuda ou parecer sabichona demais. Entenda as minhas caras feias, os meus silêncios, e me cobre se eu for injusta. Valorize nossas diferenças... Elas nos equilibrarão. Cuide de mim. Tenha paciência se eu quiser voltar ao passado, e me diga se o magoar. Não deixe que eu vá pra longe com sombras no olhar, e deseje o meu bem, seja otimista sobre o meu futuro, sonhe comigo. Me ajude quando precisarmos recuperar as forças do nosso gostar. “Demonstre e fale sobre o que sente, de um jeito carinhoso, sincero e cuidadoso, porque posso parecer forte como uma rocha, mas sou frágil como uma flor.”