Um amor que tomou o meu eu Um amor que... Arthur Belarmino
Um amor que tomou o meu eu
Um amor que um dia foi meu
Um amor que no fundo era eu
Um amor
Ele cresceu junto a mim. Por um descuido parei de o acompanhar e acabei ficando menor. É, me ultrapassou. Quando ficávamos lado a lado, era difícil me ver. Queria dizer que o amor é cego, mas é algo tão repetido, não é? Droga! Mas eu descobri que realmente é- e foi através dos teus olhos. Na sua frente, eu não sei quem era menor, eu ou ele. Pra mim se tornou um disputa, desde o momento que ele saiu de mim e tomou vida própria. Eu queria ver quem você enxergaria, mesmo sabendo quão maior que ele se tornara. Criei um monstro. Mas talvez eu gostasse, eu o alimentava e matava sua sede. Bastava alguns olhares e sorrisos teus e ele estava satisfeito. A ironia é que ele nunca te disputou comigo, sempre tentou ser amigo. Definitivamente eu não queria. Um dia, me sentindo muito mal, acabei o encontrando. Ali, nos abraçamos. Foi ali onde acordei e percebi que ele saiu do meu coração pra te buscar pra mim. E eu, tão louco, não quis te perder pro meu próprio amor. Idiota! Na verdade ele não havia saído de mim, eu havia saído dele.