O amanhã a sua espera. Tentar fugir de... Wilton Lazarotto

O amanhã a sua espera.
Tentar fugir de um pensamento sem conseguir, de uma lembrança sem evitar, é uma prisão que passei a frequentar. A gente se inventa, reinventa, tenta, desdobra para começar de novo, agora do jeito certo, levando as lembranças certas. As horas começaram a passar tão lentas enquanto você tão longe, mas tão depressa quando perto que mal consegui amarrar os cadarços, pois quando acordei já era noite. Quando que relógio ditou nossas horas? Quando que ele selou nossa partida? A culpa não foi do tempo, foi minha. Estava fora de forma, isso me dava a impressão de uma vida bagunçada, tudo fora do lugar, inclusive você. E quando olhei para dentro, passei a entender tudo o que acontecia lá fora. Compliquei demais e acreditei de menos. O café esfriou, a prioridade mudou, o medo aumentou, o cedo tornou-se tarde, a saudade se amenizou aos poucos e depois tanta coisa mudou. Passei a abraçar mais forte, aumentar o som da música, correr mais depressa, olhar mais longe, acreditar no amor, passei a não me importar tanto, pois sempre haverá um novo amanhã. Um amanhã com menos magoas e mais amor, menos medos e mais amor, menos angústias e mais amor, sim haverá um novo amanhã aonde o amor falará mais alto a saudade mais baixa, o medo nem piara e, eis o dia, que vamos nos reencontrar.