PARTÍCULAS ELEMENTARES Durante séculos... Helton Bezerra

PARTÍCULAS ELEMENTARES

Durante séculos acreditou-se que os átomos fossem os componentes básicos da matéria, teoria essa proveniente de uma visão materialista do Universo, inaugurada com Demócrito (460-370 a.C.), que via a Suprema Realidade na figura do Indivisível, o Átomo.

Após a descoberta dos Raios-X em 1895 por William Konrad Röntgen (1845-1923), físico alemão, logo se viu que ele não era o único emanando dos átomos, existindo outros raios se propagando, daí inferindo-se a natureza composta da estrutura do átomo.

Em 1897 Sir Joseph John Thomson (1856-1940) descobriu o elétron, a primeira partícula elementar, que atua nas reações químicas mais comuns.

Em 1911, com o bombardeamento de átomos por partículas alfa emanadas das substâncias radioativas, Ernest Rutherford (1871-1937) desenvolveu o modelo clássico de uma nuvem de elétrons ligada por forças elétricas e orbitando um núcleo (que seria composto de prótons e nêutrons); uma estrutura incrivelmente pequena (cerca de um décimo de milionésimo de milímetro) onde o núcleo é, aproximadamente, menor cem mil vezes que o átomo e tem cerca de duas mil vezes a massa do elétron (a massa de um elétron é de cerca de 2 x 10-27g = 0,0262g = 0,000000000000000000000000002g).

Posteriormente verificou-se que a nuvem de elétrons se compunha de diferentes estágios ou níveis de energia. Eles podiam saltar para estágios inferiores energeticamente e emitir energia em forma de pacotes ou quanta de luz: os fótons. Confirmaram-se assim as teorias de Max Carl Ernst Ludwig Plank (1858-1947) e Albert Einstein (1879-1955) sobre a natureza da luz.

Sobre essa última, James Clerk Maxwell (1831-1879) descobrira, no final do século XIX, que a eletricidade e o magnetismo se unem para se transformarem em luz. Dessa forma, a diferença entre os raios gama, Raios-X, ultravioleta, luz visível, infravermelha e as ondas de rádio está apenas em seus comprimentos de onda. Concluiu também que todas essas ondas, em todas as suas freqüências, se deslocam no espaço à velocidade da luz.
Mais ainda, que a nossa noção de que "coisas" se tocam e por isso se movem é uma simplificação da noção de campos magnéticos e elétricos variando no tempo que permeia o espaço.
Assim, quando seguramos algo, na realidade não há contato, mas cargas elétricas na mão influenciam cargas elétricas no objeto, fazendo-o mover-se. Nada toca em nada!?

Durante a década de 1920, um grupo internacional de físicos (Niels Bohr – 1885-1962 – dinamarquês, Werner Heisenberg – 1901-1974 – alemão, Erwin Schrödinger – 1887-1961 e Wolfgang Ernst Pauli – 1900-1958 – austríacos, Paul Adrien Maurice Dirac – 1902-1984 – inglês e Louis de Brouglie – francês) descobriu um mundo novo, o subatômico, baseado em leis até então desconhecidas, a teoria quântica. Esse mundo subatômico era composto de partículas extremamente abstratas que, dependendo de como fossem abordadas, se comportavam ora como partículas ora como ondas, de forma semelhante à luz, que se manifesta ora como partícula e ora como pacotes de energia eletromagnética, os fótons.

Assim, na década de 1930 (Enrico Fermi – 1901-1954 – realiza a primeira fissão nuclear em 1934 e a primeira reação nuclear em 1942) já se sabia que as três unidades "básicas" não eram básicas, outras existiam, e desde então já foi descoberta a existência de mais de 200 partículas elementares, separadas em partículas estáveis e instáveis. Aquelas, 41 ao todo, foram divididas didaticamente em fótons, léptons e hádrions, com suas partículas e antipartículas.