Sulcos Por entre as sementes que planto... Nane vs
Sulcos
Por entre as sementes que planto e cuido
Procuro raízes que penso fincar
Mas vem a seca e teima em matar
O fruto que pensei colher
Em meio à plantação
O mato cresce sem distinção
Abafando meus sonhos semeados
Na terra que arei com tanto cuidado
Os sulcos do solo
Se confundem com minhas rugas
Ambos criados sob o sol escaldante
E de péssimas aparências
Sou princípio do mesmo chão
Que aguarda mansamente por mim
E cava sulcos sem distinção
Em mim e no chão
Chão esse que há de me engolir
E para sempre me silenciar
E quem sabe, com sorte, fazer de mim
Adubo de minhas próprias sementes
(Nane-10/11/2014)