O ANDARILHO HUMANO Não raras às vezes... Jeferson Calixto
O ANDARILHO HUMANO
Não raras às vezes que me coloco a pensar que todos nós nada mais somos que andarilhos humanos.
Explico-lhes meu devaneio vespertino desta sexta-feira: desde que nascemos, até a nossa morte, vivemos aos trancos e barrancos como se fôssemos um tronco boiando rio abaixo (eu falei tronco, não m....). Daqui para lá, de lá para cá, vamos levando a nossa nada mole vida sentindo a realidade do mundo sob todos os seus disfarces; num instante um momento alegre, noutro uma sensação de amargura; a miséria que humilha convivendo de perto – e perigosamente – com a riqueza ostensiva; aqui um gesto de grandeza, ao lado um gesto de torpeza; a decência sempre atormentada pela perfídia; o desprezo que fere, o amor que redime...
E por aí vamos nós, a duras penas abrindo caminhos e vencendo barreiras, por vezes encontrando aplausos e incentivos, por outras tantas, hostilidades e malquerenças ímpares.
E é exclusivamente desta maneira que nos tornamos fortes, resistentes às vicissitudes e aos desencantos da vida, mas jamais abandonando a delícia que é continuarmos sendo sensíveis às ilusões e aos sonhos.
Bom final de sexta-feira a todos(as), e um excelente final de semana.