Sonhar pode, né? Onde já se viu? Ele... Raquel Romano.

Sonhar pode, né?

Onde já se viu? Ele achar que só de me olhar daquele jeito iria me conquistar? Qual foi? Pareço ser tão fácil assim? Não sou não, está bem? Mas era raro alguém conseguir me hipnotizar daquele jeito. Onde eu parava, meu olhar procurava o dele. Eu mal ficava parada, rodeava tudo pra encontrar ele. O que foi? Eu não posso criar uma história de amor na minha cabeça? Não posso sonhar? Posso sim. Eu me autorizo a isso. E continuando, eu só estou sonhando, que mal há nisso? Nenhum né. Você deve me estar achando uma louca. Mas eu apenas estou um pouco entusiasmada com a descoberta que eu fiz. Eu descobri um olhar, que me passava um desejo de conhecer ele cada vez mais. Mas a gente nunca tinha se falado. Eu mal sabia o nome dele. Igual naquela música "se não é eu quem vai fazer você feliz?". Será que ele ainda não percebeu que eu sou o amor da vida dele? Alguém se disponibiliza a contar pra ele? Tá, parei. É que eu gosto de criar romances impossíveis, sabe? É meio que uma lei. Quando alguma coisa me encanta num garoto, eu pego aquela coisa e faço ela de inspiração pra mim durante um tempo. Provavelmente você, menino, que está lendo isso, já deve ter estado em um dos meus textos. É que eu me apaixonar é muito difícil, então eu crio romances. Talvez. Mas pensa comigo... Ele fica me olhando, dá um jeito de aparecer onde eu estou. É até engraçado, ele sempre aparece onde eu estou. Tirando a parte que a gente estuda na mesma escola, e a sala dele é do lado da minha. Mas me leve a sério. Não é infantilidade, é só uma hipótese, vai que ele pensa o mesmo que eu. Mas eu li num livro um dia que as pessoas gostam de quem não gosta delas. Só que eu mal conheço ele e já gosto tanto do olhar dele. E li também que primeiro você tem que mostrar interesse, e depois sumir, ainda mais que ele estuda na mesma escola que eu. Eu só queria que alguém no mundo me passasse a segurança que o olhar daquele garoto me passa. Mesmo que seja tudo uma farsa.