A brilhosa e o órgão Os cupins pararam... Matthaus Leira
A brilhosa e o órgão
Os cupins pararam de fazer festa naquela grande parafernalha velha de madeira. Quando ligada fazia um estrondo, parecia trovão. Mas quando se sentava ali, uma senhora toda brilhosa, elegante, conduzia o povo nos hinos antigos que eram entoados. Os cupins nem ousavam em destruir a madeira do velho Órgão. O ruído de trovão se transformava em música. A senhora toda brilhosa foi promovida, foi tocar no Órgão Celestial, onde não há cupins, nem ruídos estranhos.
Agora vai ficar a saudade do barulho de trovão, da brilhosa que tocava no monstro cheio de cupim. Ela que um dia disse pra mim: "Por que você ta sumido garoto? To sentindo a sua falta. Vê se não desiste ein!!"
Há pessoas que podem descrever isso melhor do que eu. Mas o que sei, o que vi e o que vivi, é que não haverá outro tetemunho de vida maior do que o da senhora toda brilhosa.
O velho Órgão que o diga, se pudesse falar novamente...
É... já não é tarde para se ouvir aquela tão famosa e popular música que diz: ♪Ah que saudade da Amélia. Aquilo que era mulher...
(Em memória da Dona Amélia, organista da IPB de Tingui - 21/08/2011)