“Pode ser boa que é uma coisa. Já... raileza
“Pode ser boa que é uma coisa. Já chorei muito, já doeu muito esse coração. Mas agora tô, ó, tá vendo? De pedra. Uma tora. Um macho”.
Foi lendo exatamente esse trecho acima, em um dos textos de Bernardi, que ela percebeu, que havia se tornado uma pedra de gelo, e que de quente, só o café.
Sofreu tanto, se dedicou tanto. Tinha se tornado – meu Deus – aquele modelinho de moça feliz, pra salvar relacionamentos. Fingiu ser feliz pra fazer alguém feliz.
Foi traída, humilhada, viu bocas sorridentes, vomitar mentiras, tão perfeitas que duraram anos. Ouvia “eu te amo”, e logo depois, eu te odeio.
Lembra-se de quando, você se declarava, olhando ela nos olhos João? Ela gritava por dentro, a dor que sentia, sabendo de todas as mentiras, pedindo a Deus e ao Diabo, liberdade. Queria forças pra mandar você pro-raio-que-o-parta João, você e todo aquele amor miserável que ela sentia por ti. E todas as vezes que completavam mês, que ela te preparava algo, mesmo sabendo da sua dupla personalidade, cheia de mentiras e de farsas. Dessa máscara de homem correto, quando você era só mais um bundão mentiroso e sínico, fingindo se importar com algum coisa que não fosse esse mundinho medíocre que você vive. E quando você perguntava, o que podia fazer por ela, pra fazer ela se sentir melhor. Sabe o que ela queria? Que você voltasse o tempo, exatamente pra o dia que vocês se conheceram, e ia pedir pra naquele dia, você ficar em casa.
Ela cansou de chorar João. Suas lágrimas secaram e ela tem tanto rancor, tanto ódio, tanta raiva e si mesma, que ela não consegue ver nenhuma oportunidade de ser feliz. Então João, faz um favor. Morre! Morre e leva contigo todos os dias que ela tentou ser melhor e nunca conseguiu, porque viver com você era uma barreira pra vida, que ela merecia ter.