Eram seis e quarenta de uma manhã... Fábio Varpechowski
Eram seis e quarenta de uma manhã nebulosa, cinza de rostos taciturnos, uma terça qualquer, o relógio insistia em despertar, gritava, tremulava, e com todo o êxito adentrava aos mais profundos sonhos, com um só objetivo trazer as pessoas para um lugar frenético e cheio de responsabilidades. Ao levantar logo ao lado uma figura refletia no espelho, o rosto inchado, o corpo mole e de pouca vontade, vestiu a roupa, colocou o dinheiro e papéis amassados no bolso e seguiu escada abaixo em busca de alguns pães para sua namorada, ao atravessar a rua olhava os carros que saiam de todos os lados como se estivessem em fuga, enquanto aguardava uma oportunidade de alcançar aquelas faixas zig zagueando até chegar ao outro lado, na padaria o atendente pergunta: - Pois não? E tudo era verdade, até mesmo aquela terça-feira.