SOLITUDE Meus dias parecem noite... Cássio Jônatas
SOLITUDE
Meus dias parecem noite
Ninguém me enxerga
Ninguém me ouve
Ninguém me abraça
A terra não me rala
A chuva não me molha
O fogo não me queima
Perdi a fome de viver
Estou aos pedaços
Mas sigo me alimentando
Com pedaços de amor
Pingos de esperança
E pitadas de boas ações
E com meus passos mancos
Ando errante
Subo aquela mesma...
Escada abatida
Atravesso aquela mesma...
Rua aborrecida
Sou quase atropelado
Pelos zumbis desenfreados
Pelo stress que me rodeia
E quase não me enxergo
Quase não me ouço
Quase descanso em paz
Mas permaneço quase vivo
Dormindo quase acordado
Nos braços da solitude.