Constatação Chove nos edifícios, nas... Júlio Corrêa
Constatação
Chove nos edifícios, nas árvores e nos sapatos.
Um silêncio mudo invade meu olhar distante.
Sou aquele que espera a resposta do vento
e acredita explodir todos os porquês.
Não mendigo razão, nem uso maquiagens no coração...
O que fascina meu olhar é o inesperado,
a ausência de regras descoloridas.
Abro a porta, castro a covardia,
saio sem capa de chuva pela tempestade da incompreensão.
Gosto dos pingos da chuva acariciando minha nuca,
beijando minha face...
Busco a sensação peculiar
que a naturalidade pode oferecer aos lábios sem prisão,
sem cortes, sem escudos, sem perfeição.
Sou lagarto se adaptando ao clima da vegetação.