" Valores, onde eles se estão?... Alexandre dos Reis

" Valores, onde eles se estão? Vivenciamos uma era onde pessoas vestem-se a melhor roupa para ir ao mercado na esquina de sua casa, maquiam-se para receber a visita dos próprios pais, falam que são simples e não gostam de frescuras, dizem ser sinceras e objetivas, dizem ser humildes e verdadeiras. São inúmeras qualidades, nas quais acabamos nos apaixonando, na verdade , por valores fúteis, onde cegamente deixamos passar em frente aos nossos olhos diversas outras qualidades com valor, talvez não percebemos pois a verdade dói, nos machuca tão forte nosso intimo que passamos a chamar as pessoas de 'cruas', maldosas e se facilitar até as condenamos. Será que estamos evoluídos o suficiente para vivenciar essa era surreal? Será que posso dizer que compreendo os valores e sei diferencia-los? Uma pessoa não deixará de ser sensível, compreensível ou até mesma 'doce' por gostar de cavalos, usar bombacha e gostar de rodeios. Essa pessoa pode ser tão grande e superior a todos nós, não podemos à condenar pela sua aparência, pelo modo que fala, suas expressões são marcas individuais, onde nela não constam seus sentimentos. Pegue você e leia um poema de Drummond de Andrade, talvez nem saiba quem é este ser, no máximo postou uma foto junto a sua estátua quando esteve na cidade maravilhosa, enquanto aquele monstro que criaste em sua cabeça, cruel e sem sentimentos declama um poema em pleno sábado de carnaval, aí você se surpreende e descobre o quão és incrível, fica sem chão, sem reação, afinal esperava no máximo um 'tchê, que coisa né, mas que bah'. É 'bah' digo eu, a vida nos prega peças diariamente, muitas vezes acabamos suicidando-se antecipadamente, afinal acabamos tornando-nos canibal, e almoçando nosso próprio coração, deixando ali um espaço vazio, sem rédeas para fazer o que bem pensar. Não deixe se levar pelas aparências, aprenda a sentir, admirar, se encantar, se não existir saídas, apaixone-se, não faz mal, e o mundo implora por mais Amor. Então se resolver amar, comece de dentro para fora e deixe transbordar."

(Alexandre dos Reis)