NESSE INSTANTE... (Matheus Maia) O ano... Matheus Maia
NESSE INSTANTE...
(Matheus Maia)
O ano passa em convenção,
Os esforços se voltam a conversão,
Ela, trazendo alegria e insuflando de esperança, a ascensão,
Pena sermos os mesmos, querendo o novo e recebendo o esperado não.
Incoerência está em plantar o joio e esperar o trigo ainda se achando são,
Tudo novo, empacotando a esperança, bom motivo para compartilhar o pão.
O dia é bom, a noite nova e a lua cheia se faz presente,
Velas acesas, uma mesa farta e boa risada na altura,
No aconchego de um dia mui esperado, mas quando chegado deixa descrente,
Quando na mente desenhado, um tempo de paz e amor, diante de uma realidade dura.
Assim o calor chega não só na cidade, ainda acredito no coração ardente.
Vejo o dia e vejo a alma, umas gêmeas, irmãs, outras primas, em todas espero a ternura.
Melhor época de reencontrar e confraternizar com toda festividade,
Cada qual achando que faz do seu jeito, onde tudo é novidade,
Quando na verdade o pouco sentimentalismo e muito consumismo é que conduz.
Mais um ano se passa e a data sobrevive sob a tomada, uma aparente luz.
Diante de tamanha pirotecnia o real sentido perde notoriedade,
O nascimento humilde do pobre e maior rei, o menino Jesus.
Diante de todo clichê apresentado ainda acredito em ser gentil,
Correndo o risco, mas em nenhum lampejo um ser servil
Pela falta de costume até quem o recebe desconfia a espera do vil.
Acredito na bondade (ser bom), o não falar (fazer) e ser útil
O que sobra no mundo, não é o mau, apenas pelo bem o fastio.