De repente... E tudo ocorre de... Helena Araújo

De repente...

E tudo ocorre de repente...
De uma amizade se faz um amante
Uma aventura errante se faz reincidente
Posto que é zeloso, tornaste um amor prestante
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É como uma sinfonia, um toque, conjunto de movimentos
Dentro da eternidade e atento no vão momento
A labuta de sermos detentos
De nossos ritmos de comprometimento
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A consequência de um sorriso, um olhar
O paraíso capaz de inebriar
O ar preso relutantemente no balbuciar
Da impetuosa luxúria de jamais abnegar
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A inocência que é violada
Na colisão dos desejos, as vestes despidas
Mas somos soberanos, da volúpia desmedida
No roupante voraz das vontades corrompidas
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Então se sofrer de amor
For a condenação, que seja sem pudor
Uma sacana, insana dor
No aparato da abnegação do temor.