Abraçou-me e deu um beijo em minha... Alaiza Verônica
Abraçou-me e deu um beijo em minha testa. Preciso ir, ele disse. "Talvez nos encontremos em alguma esquina da vida, como nos reencontramos ao acaso, como te fiz ficar por uns anos. Saiba que te gosto e te quero, mas agora está na minha hora. Não te esqueças das minhas declarações tímidas nas madrugadas insones, dos nossos beijos acalorados e de nossas mãos sempre entrelaçadas nas calçadas, e ruas, e bosques, e quartos. Te quis como nenhuma outra mais, sabes bem. E qualquer lugar que eu vá, qualquer livro que eu leia, eu sei que meus pensamentos estarão em você. Não importa o que aconteça, tu fostes uma das melhores coisas que já me aconteceu. A vida real me chama e preciso que também sigas teu caminho. Sem mim. Sem fantasia, sem ilusão. Nunca fomos dois, apenas nos inventamos em meio às conversas, em meio aos sorrisos e disfarces. Deixo-te para que sejas livre, e se estiver escrito, um dia seremos. A gente nunca sabe o dia de amanhã.". Meus olhos encheram-se de lágrimas e a maquiagem borrada não me permitiu esconder a dor. Procurei abraços e consolos, mas não havia ninguém disponível para me ouvir. Eu o procurei do outro lado da tela e não o encontrei. E eu achava que conhecia a solidão, até que chegou o dia em que ele resolveu se afastar aos poucos da minha vida.