“Serenidade, de onde vem? De onde vem... Nilsa Alarcon
“Serenidade, de onde vem? De onde vem esta certeza tranquila e fácil?
Ou este olhar que vê tudo possível?
O que é esta calma diante do desespero?
De onde vem esta entrega sem resistência diante da impermanência?
De onde vem a visão do ganho diante das perdas?
Em que parte do ser reside esse que vê somente vitória diante de tudo que um dia viu como derrota?
Como foi descobrir que não se trata de mudar, mas de evoluir?
Em que momento se deixa de sentir a alma dilacerada?
Em que momento se faz as pazes com a dor, a miséria, a violência e o sofrimento?
Quando foi mesmo que isso aconteceu?
Pois acontece tão devagar e suavemente que nem se percebe.
Lembrar como resistia, brigava, duvidava, se oprimia, ainda é possível lembrar.
Como foi largar tudo isso?
Como e quem disse que esse fim é um dissolver-se no Todo?
Foram os sonhos, talvez? As visões? Os voos?
Talvez, quem segredou que a partícula dissolve-se no Todo foi aquele instante de dissolução na serenidade.
E, enfim, ficar diante da clara manifestação: - folguedos, agitação, passatempos e anestésicos não são felicidade.
Todavia, se estiver no mundo para se divertir com a Grande Ilusão, jogue-se de corpo, mente e coração. Um dia, após beber a última gota de embriaguez, de qualquer jeito, você voltará para casa, amando a serenidade.” –