Os ecos dolentes que dormem em minha... Luverly Menezes
Os ecos dolentes que dormem em minha alma são hoje um querer de amor quase sem nomes, sem as formas e sem todas as cores que há muito conheci. Mais do que agonizar-me em perdas, quero seguir em sintonia secreta com meus palácios de sombras e de sonhos. Posso escrever ainda sobre as luzes da noite tão minhas, sobre os ventos que cantam pra mim. Minha alma não se contentará sem os versos da paz que preciso. As pedras das ruas pelas quais não andei, a espuma do mar que não cheguei a vestir perderam-se hoje de mim. Todas as dádivas do outono cinza que eu não conheci serão palavras mudas e errantes também. Os passos na areia que não deixei, as muitas conchinhas que não cheguei a juntar, permanecerão lá, à espera de um novo milagre de amor.