"medo" sou como sou hoje de... ana silvestre
"medo"
sou como sou
hoje de sorriso aberto
amanhã talvez escondido
hoje o coração salta
amanhã talvez nem o sinta
hoje sinto o vento
amanhã talvez a chuva
às vezes a alma me mantém
em cativeiro.
ah ! e o medo de ter medo,
e aquela covardia
que por vezes me invadia.
os sonhos que se apagavam
como folhas de papel destroçadas
pela borracha que eu nem via.
mas o sol,
esse que me secou as lágrimas
nas horas brancas do relógio oculto
o amargo do grito que calou.
esse sol que me és.
e à noite me cedes as estrelas.
luas que guarnecem as marés
do nosso amor..tu.
já não tenho medo.