Ela vai na contra mão… Restava agora... Nayara Nascimento
Ela vai na contra mão…
Restava agora a Maria que de flor nada tinha acordando de moletom e uma calcinha bem sexy para quem dormiu desacompanhada, Maria que não era rosa e de flor nada tinha vai até a cozinha e olha no relógio, como sempre um dos dois estava errado. Maria e o relógio em quase nada concordavam, hora ele estava muito atrasado ou hora muito adiantado e meu Deus como Maria odiava esse ritual humano de cronometra a existência. Hoje o relógio estava adiantado o que significava que Maria estava atrasada, mas com o mesmo ar indiferente que seu gato faz pela luz que agora entra pela janela do quarto, Maria tomava o seu café e acendia seu cigarro.
O café termina primeiro e Maria com mais indiferença ainda se arrumava em frente ao espelho que havia se quebrado ao meio de um dos surtos que Maria que de flor nada tinha, tinha direto, surtava e alguma coisa se quebrava. Maria está insuportavelmente linda, cabelos no ombro, uma combinação de rock com bossa nova.
Pode até olhar aquela Maria que de rosa e flor nada tinha e ainda assim desmoronava o mundo inteiro quando passava.
Maria entra no carro, gira a chave e liga o motor, sai de ré e resolve ser diferente, Maria que de flor e rosa nada tinha, agora ia pela contra mão, é xingada, buzinas rompem seus ouvidos mas, Maria que de certa nada tinha exceto o fato rotineiro de andar na contra mão, tinha mais do que se supõe de Maria nada tinha, era só rosa e flor.