Tic-tac Tic-tac O despertador interrompe... Aldo Teixeira
Tic-tac
Tic-tac
O despertador interrompe o descansar.
Na vida, segue a terrível luta contra o tempo.
Acordo cedo pra não me atrasar,
São duas horas só no congestionamento.
No caminho quase durmo dirigindo,
E ao chegar eu não posso nem piscar.
Os donos do mundo sempre exigindo.
São poucas horas para poder descansar.
Meus horários de sono ninguém abona.
E quando em casa consigo chegar,
Triplico as doses pra poder desestressar
E aguentar o sistema que rotula,
De qualquer forma sei que não vou aguentar
Pois não há tempo pra poder ler a bula.
Pois não há tempo pra poder ler a bula.
Não há tempo pra poder ler a bula!
Eu aguento tudo,
Todo mundo,
Mudo,
Calado.
Pra não ser taxado
"De cara errado pra minha filha".
E sigo nessa trilha
Sem saber onde vai dar,
Vivo à colher impostos pra poder me aposentar!
Eu já não consigo,
Eu mal tenho meus amigos.
Que também estão puxando vagões
Pra esse vilões que roubam minha vida
Em troca de comida e lugar para morar.
Entre vender a alma ao diabo
E aceitar tudo calado
Eu não sei qual dos dois lados
Pode mais me explorar.
E é por isso abandonarei tudo, e todo mundo
Quero ao menos um segundo de paz.
Sem ter em nenhuma central de serviço
Escutar aquela voz robotizada
Que nunca resolve nada.
Quase tudo conspira
Pra te fazer pagar até o ar que tu respira
E seguir essa vida marcado em "V"
A retina reversa, segue o suficiente pra sobreviver!