“O PRIMEIRO OLHAR DA JANELA PELA... Maria Carolina Amaral
“O PRIMEIRO OLHAR DA JANELA PELA MANHÔ
“O primeiro olhar da janela pela manhã” me chama:
O sol despontando através do nevoeiro,
E na praça ainda vazia, o sorveteiro;
E dá-se meu encontro definitivo com Quintana.
Vem andarilhando manso na brisa que vem do leste
E pousa na minha mão deslizando suave no papel;
Séculos de melancolias pincelando o azul do céu.
Em mim, lentamente, gotas de rimas descortinam o véu.
Posso senti-las em minhas células em travessias;
Trazendo à minha alma estéril o lirismo da poesia.
Eu que quase nada sei de amar...
Psicografo a alma usando os dedos com exatidão,
Da mais vil à mais sublime paixão.
Eu que nunca soube sonhar!