''Diz-me o que deveras sentes,... Lucas santana
''Diz-me o que deveras sentes, coração!''
Ah, este teu bater dolente,
A caminhar por entre a gente
Que desdenha do teu jeito.
Estás sempre amargurado,
Nunca com nada contentado,
Quais os males o têm feito?
Este teu tormento me incomoda,
Saibas que o sofrer virou moda
E não há por que temer,
A vida passa tão ligeiro,
Se queres amar, tens o mundo inteiro,
Então, por que se esconder?
Diz-me o que deveras sentes, coração!
Para que eu possa te ajudar,
Nesta vida só há uma oração
A qual, todos devemos orar,
Mas por que, tu, só tu és indiferente,
Quantas vezes não ouvistes meus conselhos,
Foste mal, cruel e tão inclemente,
Mas agora, olhe pra si, quedado de joelhos.
Afasta de ti, os corriqueiros temores,
Verás que do teu mal, eles são causadores,
Que te empoem os vagarosos sofrimentos,
Não olhemos mais para traz,
Pois em nós, já se perdeu a paz
De leves sonhos de penares isentos.
Choremos juntos, meu irmão,
Consigo, hei de unir a mão
Para que doa menos a nossa solidão,
Entoarei teus gritos nestes versos,
Onde serão lidos pelos olhos perversos,
Os mesmos que te jogaram no chão.