Por toda a minha vida Parte 5: Quando... Sabrina Niehues
Por toda a minha vida
Parte 5:
Quando entramos no carro, ele o ligou, e disse apenas:
- Coloque o sinto.
Eu obedeci, após tirar os sapatos do pé. Que sensação boa, essa. Ele continuou guiando em silêncio. Então resolvi quebra-lo:
- Você não vai me levar para casa, não é?
Após uns segundos me encarando, ele disse:
- Não.
Eu sorri. Porque eu sabia que podia confiar nele. Então ele parou em frente à uma pizzaria. Ele desceu do carro enquanto eu colocava os sapatos. Ele veio abrir a porta para mim. Que lindo ele era. Encantador. Ele me estendeu a mão. Aceitei, sorrindo de canto. Ele continuou segurando a minha mão para atravessarmos a rua. Feito isso, estramos na pizzaria.
Após ele escolher uma mesa num canto reservado (o que era a cara dele), sentamo-nos na mesa e fizemos o pedido. Quando a garçonete saiu, ele me encarou e disse:
- Você precisa comer algo após beber tanto. Vai fazer bem.
- E depois?
- Depois é futuro. E o futuro não nos pertence.
- Por quê tá fazendo isso?
- Isso o quê?
- Isso. Me trazer aqui e fazer minhas vontades.
- Porque eu acho que tu precisa comer alguma coisa pra não passar mais mal.
- E por quê você se preocupa comigo?
Ele ficou me encarando e disse:
- Não me pergunte por quê.
- Por quê não?
- Porque não.
Jantamos. Ele pagou a conta e novamente pegou a minha mão para atravessarmos a rua.