SAUDOSISMO MUSICAL Gostaria de expor um... Marcos Marques
SAUDOSISMO MUSICAL
Gostaria de expor um pouco das minhas divagações e conceitos a respeito do saudosismo que ataca o coração dos mais sensíveis a um conjunto de sons compostos e dispostos de forma a chamar música, um relacionamento sem DR entre o tripé sonoro, harmonia, melodia e ritmo.
Quem não se lembra daquela música popular que se fazia com melodia, harmonia
e ritmo em doses exatas de elegância inteligência e "wit" ? E de letras que, quando
eram boas falavam de sentimentos profundos. E, quando eram ótimas, de sentimentos
superficiais, mas sempre com pitadas perfeitas de sincera ironia. Para completar, era
uma música popular que só ficava bem nas vozes de cantores e cantoras que sabiam
cantar - digo, que faziam questão de decorar as letras e colocar as notas nos lugares
certos, enfeitando ainda mais a melodia com peculiares intervenções e interpretações. No dia em que se escrever a história de como as emoções humanas se
transformam à luz difusa do abat-jour lilás, será para esses cantores e cantoras e
suas canções que teremos que apelar.
Hoje estou com o espírito aberto e, também, mostrar um pouco da minha face oculta
do conhecimento geral da matéria em questão. Muitos dos que me conhecem me
ouvem divulgando a Música Popular Brasileira (MPB) mas quero falar dos diamantes
lapidados da música internacional, que se transforma em música popular internacional.
Vocês sabem do que estou falando: de The man I love, com Billie Holiday; When I fall
in love, com Nat King Cole; I get a kick out of you, e, My way com Frank Sinatra; My funny Valentine, com Sarah Vaughan;
The lady is a tramp, com Ella Fitzgerald, Night na day,
April in Paris, As time goes by, canções que milagrosamente conseguiram sobreviver
à zorra que nos azucrinou nas trevas dos últimos anos. E sabem por que sobreviveram ? Porque foram escritas
para isso. Seus autores quando abriram os
pianos e fizeram pontas nos lápis, há muitos e muitos anos, imaginaram que haveria
um futuro e capricharam para não desapontar os pôsteres.
Mesmo com toda evolução tecnológica e o advento da internet, não é raro nos
depararmos com postagens de saudosistas de almas sublimes, brindadas e nos brindando com
tais lembranças. Música boa não passa, não esquece e não morre...(Mais uma taça de vinho, por favor...rs)