Espero que um dia eu possa sentar num... Jorge Nicodemos
Espero que um dia eu possa sentar num banquinho desses de praça e tenha a tarde inteira como testemunha dos meus sorridentes flashs de memória de uma vida realizada.
Vida essa que eu tive o prazer de compartilhar com uma Mulher que sempre soube como transformar um momento qualquer, na parte mais feliz do dia em cada um dos seus ínfimos detalhes, ainda que por vezes ela nem fizesse ideia disso.
Que no decorrer deste diálogo gostoso entre a saudade e a gratidão, possamos rir com gosto, dos tantos tropeços que feriram os nossos pés mas não nos impediram de continuar caminhando juntos, lado a lado, como se a menor possibilidade de afastamento resultasse num provável tombo pela falta de uma parte de nós mesmos que coabita a existência alheia.
Que a cada dia possamos olhar nos olhos do outro e perceber que continuamos sendo a trilha sonora que embala nosso melhor sorriso-cúmplice. E que ele jamais permita que as amarguras externas nos tirem a alegria de ver no outro, a razão para sempre agradecermos por mais um despertar com aquela voz gostosa promovendo os risos sempre tão soltos e leves.
E que tenhamos, apesar dos dias cinzentos, a certeza de que valeu a pena ter acreditado, um dia após o outro, que estivemos sempre no lugar exato. Que o nosso sim foi o responsável por hoje termos consciência de que o tal final feliz, talvez seja apenas o seguir em frente, quando tudo parece estar por um fio, mas logo retoma sua estabilidade e consistência, porque permanecer é coisa de quem não tem medo de ficar.