E quando você chega aos 23... Você... Wilton Lazarotto
E quando você chega aos 23...
Você compreende que não é perfeito e jamais encontrará alguém assim, que contos de fadas são só histórias e o que realmente começa a importar é a alma das pessoas, a mentalidade e a forma de se relacionar com a vida. Você começa a ser feliz com o que tem. Começa a se preocupar com a carreira, com estabilidade, trocar noites de descanso por estudos, investir na própria saúde: mental, corporal e espiritual. Você vê o papel de amor incondicional dos pais e o futuro papel de avós que farão, e os valoriza por isso. Hoje você se importa menos com opiniões. Compreende que algumas pessoas não valem a pena perder tempo. Você afasta quem rouba suas energias e se aproxima de quem as repõem. Começa a valorizar a qualidade da sua presença, a sua postura, colocações, torna o seu discurso eloquente. Antes de sair de casa você diz "até logo", ao receber uma gentileza diz "obrigado", o tempo tornou-o educado, se não o fosse. Você começa a ver o risco que o futuro pode trazer, por isso, começa a pensar em estabilidade como uma necessidade, em estar com quem ama mais frequentemente, fazer o que gosta, comer com qualidade, praticar atividades físicas. Você começa a ser exemplo, a ser paciente, mais tolerante, aprende a perdoar e amar mais facilmente. Você confia mais, assim aprende a trabalhar em grupo, a não fazer tudo sozinho. Você nem se sente tão sexy, bonito, mas pela forma como está encarando a vida, os problemas, desafios e batalhas diárias são um afrodisíaco melhor que qualquer corpo bonito que pudesse ter. Você não faz mais questão de fazer tudo para causar boa impressão, agora faz o necessário para si mesmo. Você faz as coisas por você mesmo e começa a se aceitar como é com defeitos e manias. E saber que a vida está só começando, mas as vezes eu paro e me pergunto "Que tipo de pessoa eu vou ser quando chegar aos 33?"